sábado, 12 de março de 2011

Sou eu...

Eu sou um caos, uma noite de tempestade, um terremoto, um tsunami. Sou o passo que nunca foi dado, o medo de tentar, a dor de uma lágrima. Eu sou o caco do vidro do carro, o joelho machucado, as olheiras do dia seguinte, o travesseiro molhado. Sou o vento que faz barulho na janela, a noite mal dormida, as folhas que caem no outono. Eu sou o culpado confesso, o fugitivo. Sou a maré que apaga as pegadas da areia, quem erra mesmo sem querer. Eu sou o tédio de um dia de chuva, batata frita sem sal, leite sem açúcar. Sou a vida sem amor, o amor sem vida, a estupidez sem desculpa. Eu sou quem não escuta, quem se cala, quem engole o choro no momento em que mais quer desabar, quem finge que não sente nem se importa. Sou o orgulho que impede, o ciúme que pode cegar. Eu sou um cantor sem palco, um palhaço sem nariz vermelho e sapato grande. Sou quem fala demais e se arrepende, quem não sabe controlar as palavras. Eu sou quem dorme cansado de chorar, quem acorda com cara de sapo, quem deseja mais que tudo ser feliz, quem não consegue lutar pelo que quer. Eu sou a briga sem motivo, a porta batendo, a janela quebrada, os vasos no chão, os papéis molhados, as fotografias rasgadas. Eu sou quem sempre tem a desistência como primeira opção. O medo de sofrer, de encarar, de assumir, de se desculpar, de dizer que ama, de abraçar e chorar, de pedir pra ela ficar, de desistir, de aceitar que não dá pra continuar sozinho. Sou eu...


                                                                      

terça-feira, 8 de março de 2011

(...)

Sempre me pego olhando pro nada e uma coisa só fica em meus pensamentos. É como se eu revivesse alguns momentos, algumas emoções, sensações e sentimentos. Fiz isso agora pouco e ainda sinto aquele beijo, no meio da rua; aquele quase beijo. Minhas bochechas estão rosadas assim como naquele dia, meu coração está acelerado também. É tão bom reviver essas coisas, mas ao mesmo tempo isso acaba machucando. Talvez pela sensação de que há dias, semanas atrás, tudo me passava mais segurança. Tudo ficou tão confuso agora, como se nunca tivesse existido e às vezes, eu caio em mim e vejo que não existiu e nem existe, mas podia ser. Acho que o tempo muda mesmo o foco das coisas, mas eu quero estar errada. Eu erraria de novo, ficaria esperando do lado do telefone ou encostada na porta da sua sala. Estaria escondida debaixo das escadas esperando você passar, perderia aulas, notas. Fugiria dos conhecidos, entraria no banheiro errado, jogaria fora todos os seus cigarros, te morderia ou beliscaria. Morreria de ciúmes a cada dia, te chamaria de "hominho" pra te irritar, tiraria você do sério. Te abraçaria no meio de todo mundo, te daria quantos chocolates você quisesse, seguraria sua mão por toda a vida, deixaria meu coração doer por bater tão forte. Ficaria na chuva com você, choraria noites e noites. Ficaria com as pernas inquietas esperando você aparecer, perderia os sentidos ao olhar pra você. Admiraria o seu sorriso que eu tanto gosto por noites inteiras, ou pelas quatro horas diárias. Estaria sempre preocupada em saber onde você está, com quem e fazendo o que. Acharia graça em ouvir você dizer “inferno” e ao ficar sem graça perto de mim e corrigiria todos os seus erros de gramática. Acreditaria que horas iguais significam alguma coisa e desejaria todo dia ao ver 00:00 no relógio, ter você só pra mim. Diria que eu te amo mesmo morrendo de vergonha... A pergunta é: será que vai dar tempo?

      

sábado, 5 de março de 2011

Deteriorate

Eu tenho medos como mundo tem, tenho derrotas ao longo da minha história como todo mundo tem. Minha vida nunca foi cheia de alegrias, de festas, de cores. Minha diversão é e sempre foi ficar em casa com o fone de ouvido e uma música triste tocando e o que mais me deixa mais triste que o normal, são as dores de amor.
Quando perguntam sobre mim, eu desconverso. Quando me chamam pra farra, eu invento uma desculpa. Mas nem sempre foi assim. Eu já brinquei, já tomei um porre, já fiquei jogada na calçada, já dancei no meio da rua, já fiz coisas que até Deus duvida. Algumas pessoas dizem que isso é fase, que passa. Vou discordar e dizer que não é fase, e completar dizendo que são momentos. Momentos bons e ruins. Momentos ruins ultimamente, têm me feito não falar, não tentar. Momentos ruins, têm me feito só pensar e pensar e às vezes, chorar e chorar.
Não é fácil manter a cabeça erguida quando tudo te puxa pra baixo, não é fácil sorrir quando tem alguma coisa errada. Não é fácil aguentar firme quando suas mãos começam a tremer. Não é fácil estar acordada querendo dormir pro resto da vida... *falta algum texto*

          

terça-feira, 1 de março de 2011

I can't stop dreaming

É difícil ser forte quando suas fraquezas mais intensas vêm à tona. É difícil ser forte no meio do fogo cruzado. É difícil ser forte se tudo o que acontece está contra você. É difícil não chorar quando te atacam nos olhos e no coração. É difícil não chorar quando você vê alguém que ama um passo à frente, de costas pra você. É difícil não chorar quando você perde o rumo e não tem ninguém por perto. É difícil procurar uma saída numa sala de espelhos. É difícil olhar diretamente pro sol ou pro céu num dia chuvoso. É difícil acordar cedo quando você não consegue dormir durante a noite. É difícil parecer feliz quando seu peito se desmancha em lágrimas. É difícil ver a luz no fim do túnel com os olhos fechados. É difícil tentar mudar sem um incentivo. É difícil cantar sem ser afinado, é difícil falar sem conhecer o assunto. É difícil ter que amar alguém em silêncio e ser ferido pelo mesmo. É difícil acreditar que tudo vai ficar bem quando todos os motivos que te fazem acreditar no contrário, são explícitos diante do seus olhos. É difícil tornar alguma coisa fácil. É difícil sentar e esperar algo que não tem previsão pra acontecer. É difícil quando todo mundo te diz pra desistir. É difícil continuar tentando depois de tantas derrotas. É difícil ver beleza numa flor pisoteada. É difícil engolir o orgulho e tentar puxar um assunto. É difícil ter medo e não poder demonstrar. É difícil estar arrasado e fingir que está tudo bem. É difícil não poder. É difícil superar a dor do quase, assim como é difícil superar a dor de amar. É difícil sair na chuva e não se molhar. É difícil olhar pra trás sem pensar em tudo o que já aconteceu. É difícil aceitar que o tempo passa rápido quando menos queremos que ele passe e é difícil quando ele não passa. É difícil falar de sentimentos. É difícil ganhar na loteria. É difícil encontrar alguém que nunca vai magoar você. É difícil acordar todos os dias querendo não existir. É difícil pensar no que mais se quer esquecer. É difícil controlar as batidas do coração. É difícil fingir ou não demonstrar qualquer reação ao encontrar alguém que mexe com todos os seus sentidos. É difícil saber que todos os dias, as coisas difíceis que eu citei vão acontecer e eu não vou poder fazer nada.  Mas agora, o difícil pra mim é ver que eu estou perdida, que eu não sei o que fazer e nem pra onde ir. É difícil não mostrar que está doendo. E o mais difícil é admitir que eu te amo tendo que aceitar as suas condições e não aceitar que eu não vivo sem você...