terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Away from the sun.

Aprendi a me fingir de morto; quieto, vazio. Vivi, passei, mostrei momentos que eu nem mesmo reconheço mais. Eu finjo quase o tempo todo. Não sei mais distinguir "ser" e "estar". Às vezes é como se eu estivesse em transe, num projeto paralelo entre realidade e fantasia. Eu não sei.
Horas, minutos, segundos, centésimos de segundos; não passam. Os dias parecem nunca ter fim e o sol já não nasce mais. Apostaria qualquer coisa que vai tudo continuar do mesmo modo. Passado e futuro se encontram e se perdem. Palavras, gestos, tudo em vão. O que fazer? Pra onde ir? Eu não sei.
Eu procuro agora, qualquer coisa que me faça sair daqui. Qualquer coisa capaz de me fazer abrir a janela. Qualquer coisa viva. Eu sento, escrevo, deito, penso, ouço, sinto e nada muda. Tudo tão longe, tudo tão frio, tão cinza. Eu quase não encontro o travesseiro quando preciso, quase não sei aonde me deitar. Estou longe de tudo mas por quê? Eu não sei.

              

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