E se...

Às vezes, só às vezes algumas coisas inesperadas ou talvez óbvias aos olhos de todo mundo (menos aos seus) acontecem. E por algum motivo, em algum momento você acaba perdendo o controle da situação e... Vai saber o que acontece depois, né?!

Quem dera se desse pra controlar tudo e qualquer coisa relacionada à você mesmo. Quem dera que os seus sorrisos fossem sinceros pra quem você quisesse que fosse, quem dera que as lágrimas que você derrama, não fossem em vão. Mas é, parece que quanto mais você quer uma coisa, mais essa coisa se vira do avesso e te deixa no chão, sem saber o que fazer, sem saber o que pensar, sem ter pra onde correr ou sem ter a quem pedir arrego e uma mão pra se levantar. 

E se desse pra controlar o que vem de dentro? E se desse pra determinar cada sentimento para cada pessoa... E se sonhos fossem feitos pra serem mais do que apenas um desejo? E se... Bom, não dá pra viver disso, né?! Uma vez eu vi num filme algo do tipo " 'E' e 'Se' são palavras inofensivas como qualquer outra mas se as colocarem juntas, lado a lado, elas ganham o poder de te assombrar pelo resto da vida." Pensando bem, é bem por aí. Infelizmente, hipóteses não formam algo concreto, algo que te dê segurança de alguma coisa. Só te faz sonhar e sonhar.. E sonhar, é só bom quando se está dormindo, e olhe lá.

Tem vezes em que eu olho pra trás, vejo tudo o que eu já perdi e as coisas que eu conquistei. As coisas e as pessoas - dá pra contar com uma mão, só uma. Eu paro e penso nas vezes que eu errei, nas vezes em que erraram comigo e nunca chego à porra de conclusão nenhuma. E outras vezes em que eu só olho como eu era e como eu sou, o que eu sei agora e o que eu não sabia antes. Eu olho o quanto eu aprendi e cresci e penso "É, isso serve por enquanto." 

E se eu soubesse o que eu sei agora dois anos atrás? Teria vivido menos, por que hoje, eu sei o que "pode" e o que "não pode". Hoje eu sei o que é certo e o que é errado. Eu evito a intensidade nas coisas por medo de me machucar. E quando estou perto de algo intenso aqui dentro, eu me paro. Eu mudo de rota, eu viro as costas e saio. Não sei até que ponto isso é bom, mas e se eu voltasse a ser como antes? A sonhar como antes? A pensar como pensava antes? 

Não, isso não é mais pra mim. Antes, eu vivia contemplando o amor e as coisas que ele me trazia. Eu não soube me adaptar, ou seja lá o que, mas eu não soube fazer. Na vida, você não tem um botão de backspace pra apagar no exato momento em que erra e nem um ponto de restauração de sistema, pra voltar e fazer tudo de novo. 

Mas e se eu me desse a chance pra que isso voltasse a acontecer? E se..? - isso me irrita, às vezes. Confesso que pensei nisso dois dias atrás. Sim, só dois. E depois desses dois dias, eu vi que não dá. Eu não consigo, o medo de dar a cara à tapa e sair com um direto e um cruzado é maior do que qualquer outra coisa. Acho que estou ficando paranóica ou maluca, não sei, só sei que venho pensado demais. Principalmente de ontem (sexta) até agora (sábado, 23h36). Conclusões? Nenhuma.
Sabe quando você vive um momento e quer que se repita, ou que dure o máximo de tempo possível? Aí você vai pra casa, dorme, acorda e parece que aquilo... Aquilo que te fez sonhar, que te fez sorrir e que te fez feliz anteriormente desapareceu? Sabe como é a sensação de que a mesma pessoa que te causou esse "êxtase" todo, te tirou o chão numa palavra? - ou na falta dessa uma palavra.
Pelo visto, a noite vai ser longa e eu não vou dormir muito. Quem sabe pela manhã, eu já tenha entendido o porque de estar me sentindo assim... O porque desse nó na garganta e esses olhos barejados. O porque desse choro com qualquer música que fale de amor ou coração partido. O porque de pensar tanto em possibilidades que só eu vejo. O porque de estar triste agora. O porque desse aperto no peito e o porque dessa porcaria de coração batendo forte, talvez, por alguém que não mereça tanto. Ou talvez, mas só talvez eu durma.